A função de um desnitrificador em nosso aquário é completar o ciclo do nitrogênio transformando os nitratos (NO3) em nitrogênio gasoso (N2) que é eliminado na atmosfera. Isto aumentará a qualidade da água com o consequente benefício para nossos peixes. Usar o desnitrificador não é desculpa para esticar o prazo de troca parcial da água.
Esta desnitrificação
é levada a cabo pelas bactérias anaeróbias que vivem sem oxigênio,
alimentando-se de compostas nitrogenaos, produzidos pelas bactérias aeróbias.
O sistema é bem simples e consiste em fazer correr um fluxo lento da água do
aquário através de um tubo
fino de uns 30 metros de comprimento. Na primera porção do se estabelecerão
colônias de bactérias aeróbicas que irão esgotando o oxigênio dissolvido na
água e na última parte do tubo se estabelecerão as bactérias anaeróbicas
que, na ausência de oxigênio, converterão os nitratos em Nitrogênio gasoso.
A construção não é difícil nem custosa, todo o material necessário poderá ser encontrado em lojas de material de construção e aquário. Necessitaremos de:
Um tubo flexível de PVC de 0.5 cm de diâmetro e 30 metros de comprimento (mangueira de ar). Este tubo formará a bobina onde se estabelecerão as bactérias.
Um tubo rígido de PVC de 15 cm de diâmetro e 35 cm de comprimento como os que se usam no sistema de esgoto das casas. Este tubo encapsulará todo o invento.
Dois tampões de PVC, sendo um de rosca para permitir a eventual limpeza do mecanismo. Tem de ter o diâmetro do tubo anterior.
Um tubo de PVC de 4 cm diâmetro e 30 cm de comprimento. Que servirá de suporte para a bobina.
Material isolante. Evitará as perdidas de calor da bobina.
Um regulador de ar, para
regular o fluxo da água.
Sobre o tubo de 4 cm de diâmetro enrolamos a mangueira de ar, formando
uma bobina. Deixaremos um extremo de 1 metro de comprimento, e outro de 10 cm.
Esta bobina proporcionará a superfície necessária para o desenvolvimento das
bactérias.
A temperatura adequada para
as bactérias anaeróbicas oscila entre 25 e 30 graus Celsius. Por isso envolveremos
a bobina em qualquer isolante (como a lã de Perlon ou bolinhas pequenas de
isopor) de maneira que a água interior bastará para
manter a temperatura adequada.
A carcaça externa será
fabricada com o tubo de 15 cm de diâmetro, ao qual colaremos um tampão cego no
extremo inferior e o tampão com rosca no outro. Na tampa inferior, faremos 2
furos para passar a mangueira de ar, no pedaço curto, colocaremos o regulador
de ar e o tubo comprido será a saída. Introduzimos a
bobina na carcaça assim formada, preenchemos o espaço restante com lã de
perlon ou bolinhas bem pequenas de isopor e fechamos o tampão de rosca.
Agora só falta instalar
o invento no aquário, isto é o mais importante. A água de entrada tem
de ser recolhida da saída do filtro externo para evitar que
o desnitrificador se obstrua e não deixe passar a água. Assim asseguraremos que
há suficiente amônia (NH4) para criar
uma população de bactérias
aeróbicas que consumirão o oxigênio dissolvido na água.
Se o fluxo for
excessivamente lento ou se é interrompido por muito tempo, emanará um gás com
cheiro de ovos podres que é tóxico para nossos peixes, por isso a saída
será levada diretamente ao oxigenador ou ao filtro
seco-húmido (Dry-Wet). As bactérias anaeróbias que escapem não devem nos
preocupar, já que em presença de oxigênio morrerão rapidamente.
Regularemos o fluxo de
água até conseguir um caudal de 2 gotas por segundo. Cada dois
meses comprovaremos, com um teste de nitratos, que na saída do desnitrificador
teremos uma quantidade baixa de nitratos. Se o teste não detecta diferença aumentaremos
ligeiramente o fluxo, se o teste detecta uma quantidade elevada diminuiremos o
fluxo. Um cheiro de ovos podres indicará um fluxo demasiado lento ou que o
fluxo foi interrompido durante algum tempo.
Uma vez conectado o sistema ao nosso aquário, deverá ter-se em conta que não entrará em funcionamento até uns 40 dias depois de instalado, que é o tempo necessário para que as colônias de bactérias se formem nas paredes internas da bobina.
As bactérias necessitam
carbono para poder desenvolver-se. Adicionar ao aquário uma colher de chá de açúcar
para cada 100 litros uma vez por mês proporcionará o carbono necessário e não
fará mal aos seus habitantes.